21 de nov. de 2009

Só a beleza pode devolver entusiasmo ao homem...

Vocês são guardiões da beleza”, disse o Papa Bento XVI neste sábado, 21, ao se encontrar com 250 artistas de todo mundo na Capela Sistina, no Vaticano. Participaram pintores, escultores, arquitetos, atores, diretores, músicos e escritores. O Brasil foi representado pelo pianista Álvaro Siviero. Bento XVI destacou que diante dos “fenônemos negativos” que tem marcado o mundo atualmente e provocado “o enfraquecimento da esperança por uma certa desconfiança nas relações humanas, razão por que crescem os sinais de resignação, de agressividade, de desespero”, somente a beleza pode oferecer novamente “entusiasmo e confiança”, “encorajar o espírito humano a reencontrar o caminho, a elevar o olhar sobre o horizonte, a sonhar uma vida digna da sua vocação”. Nesse contexto, o Santo Padre enfatizou que “uma função essencial da verdadeira beleza, já evidenciada por Platão, consiste em comunicar ao homem uma espécie de ‘choque’ que o faz sair de si mesmo, o arranca à resignação, ao acomodamento ao cotidiano, o faz até mesmo sofrer, como um dardo que o fere, mas precisamente por isso o ‘desperta’, abrindo-lhe novamente os olhos do coração e da mente, dando-lhe asas, impulsionando-o em direção ao alto”. E disse aos artistas: “graças ao seu talento, vocês têm a possibilidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e coletiva, de suscitar sonhos e esperanças, de ampliar os horizontes do conhecimento e do empenho humano. Sejam, por meio da arte, anunciadores e testemunhas de esperança para a humanidade”. “A arte é feita para turbar, enquanto a ciência conforta”, falava Georges Braque. Todavia, acrescentou o Pontífice, a beleza hoje é passada como ilusória, superficial, que aprisiona o homem em si mesmo e o torna ainda mais escravo, sem esperança e alegria. Mas a beleza é o contrário de tudo isso, ela pode se tornar um caminho rumo ao Transcendente, pode assumir um valor religioso e transformar-se em um percurso de profunda reflexão interior e de espiritualidade. Prova disso são as inúmeras obras de arte, que comprovam a afinidade e a sintonia entre percurso de fé e itinerário artístico. “O caminho da beleza nos conduz, portanto, a colher o Tudo no fragmento, o Infinito no finito, Deus na história da humanidade.” Bento XVI pediu aos artistas que não tenham medo de se confrontarem com a fonte primeira e última da beleza, de dialogarem com a Igreja: “A fé não infere em nada em seu gênio, em sua arte; pelo contrário, os exalta e os nutre”. Fonte :http://ibiapina.wordpress.com/